Teus olhos
prometem amêndoas
e assinalam o rasto infinito das estrelas.
Nas tuas mãos
respira-se a pureza do sal
o suor de um recreio de brincadeiras
e a clarividência das aves
que deflagram num bosque de sangue
o incêndio dos sentidos.
O teu torso tenso
é alvo acometido pelo sémen da luz
que desfalece
trespassado pela zarabatana
que inocula do desejo
apenas o veneno
e no amor
desencadeia essa morte feliz
em prolongado estertor.
Lisboa, 3 de Outubro de 2014
Carlos Vieira
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