Apenas
uma folha de ouro
no negro asfalto
e o sono interrompido
por um resmungar
de trovão
deram início
àquele domingo
nesta pompa
e circunstância
de um Outono
em que desces
do meio das nuvens
molhada e nua
como é teu timbre
fazes num gesto hábil
da folha caída
um diadema
no teu porte a anunciar
a próxima ausência
o fim doloroso do Verão
com que faremos
a generosa vindima
de mais um poema.
Lisboa, 8 de Outubro de 2014
Carlos Vieira
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