Ataste o lenço
de seda estampado,
deste um último retoque.
Antes foi o gume afiado
do teu olhar de amêndoa,
o silvo dos teus lábios
interrompido
por um guizo de suspiros,
no rumo dos teus dentes
à flor da pele.
As escaramuças
e o vagar
de amar
é algo que apenas
a nós interessa.
Depois o teu vulto
definitivamente
desapareceu na névoa
na memória
do espelho de retrovisor
embaciado.
Lisboa, 31 de Outubro de 2014
Carlos Vieira
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