Fui a Matosinhos, em dia de aviso laranja, o mar erguia castelos de espuma, ninguém conseguia
descortinar nem novos, nem velhos horizontes, as rajadas de vento varriam das ruas, os papéis e os mais corajosos transeuntes.
Nem me reconhecia de cabelo desgrenhado, reflectido na montra, um perfil actualizado de Ernest de gravata e muito menos génio.
Só voltei a mim, a alguma serenidade na admirável textura do arroz de polvo e dos taninos alentejanos.
Diria pois que não só se morre pela boca mas também se renasce naquele restaurante de que não me lembro o nome em Matosinhos.
Matosinhos, 16 de Outubro de 2014
Carlos Vieira
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