“Quero uma vida em forma de ti”
Boris Vian
O horizonte
é um sabre suspenso
sobre a cortina diáfana
do seu corpo
onde se tece o gume ávido
e eloquente do desejo
que aflora
na vertigem da sua pele
que transpira um veneno
de murmúrios e de silêncio
intransigente
a chuva cai copiosamente
ela soergue-se
de um devaneio.
Enquanto mordes os lábios
e a lâmina a trespassa
alucinante
um incêndio
destrói veladamente
a floresta onde te prenderam
no pensamento
esse punhal suspenso
sobre o seu corpo
horizonte que lhe foge
ou círculo de fogo
que o cerca
da sua ausência.
Lisboa, 1 de Dezembro de 2012
Carlos Vieira
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