pela orla precária um corpo de espuma
sulcos de pés descalços
de deusa
a brisa de ouro desdenhando o mar
o pente e o lenço na deserta
duna
barcos melancólicos ancorados na areia
uma monotonia de peixes
e ondas à sua espera
renda líquida de algas e plâncton na praia
um fulgor de sal e de pérola
no seu olhar
inflama-se o azul cobalto no seu peito
o relâmpago de um grito
e flor
pungente
ao longe a gaivota era um fumo branco
que lhe ia adejando um adeus
inconsequente.
Lisboa, 8 de Dezembro de 2012
Carlos Vieira
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