segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

No rasto do teu silêncio IV


A sua memória

à espreita atrás da cortina

é uma folha que se desprendeu

no súbito jardim de um olhar,

uma faúlha que propaga o incêndio

à árvore onde se colhia

o fruto da distância,

o desespero de amar,

agora ficaram apenas

a tua sombra,

as tuas frias cinzas,

agora, se houver longe

nada te assinala.

 

Lisboa, 30 de Dezembro de 2012

Carlos Vieira

                     “Le Silence de ta Voix Résonne Résonne Résonne” by Nadege Druzkowski

 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário