domingo, 30 de dezembro de 2012

No rasto do teu silêncio


 

I

 

Caminha

em passo de fantasma

para não acordar

as sombras dependuradas

nos armários,

vais até ao fim,

incólume

à passagem do tempo

da dignidade.

Sem uma ruga,

nem uma lamento,

incansável.

Tão suave

na imortalidade de um momento,

não se sabe se respira,

se são os ventos ou prodígios

que o evocam,

se tem algo de selvagem

que morre

se lhe tocam .

 

Lisboa, 30 de Dezembro de 2012

Carlos Vieira
Autor desconhecido

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