I
Caminha
em passo de fantasma
para não acordar
as sombras dependuradas
nos armários,
vais até ao fim,
incólume
à passagem do tempo
da dignidade.
Sem uma ruga,
nem uma lamento,
incansável.
Tão suave
na imortalidade de um momento,
não se sabe se respira,
se são os ventos ou prodígios
que o evocam,
se tem algo de selvagem
que morre
se lhe tocam .
Lisboa, 30 de Dezembro de 2012
Carlos Vieira
Autor desconhecido
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