Há quanto tempo não via o céu?
Há quanto tempo não vejo o mar?
Hoje aquele chegou nas nuvens
do pensamento profundo e pesado
o mar esse ficou-me ali a ecoar
nas mãos onde ficou o sal e o cheiro
do robalo que escolhi no mercado
ou talvez o problema seja da conta
a descoberto e do crédito mal parado
e a porra do peixe seja de viveiro
tudo isto se confunde no mar e no céu
da vontade que se mistura de desejo
aquilo não foi mais que um ar que me deu.
Lisboa, 21 de Dezembro de 2012
Carlos Vieira
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