fio
armadilha de luz
breve descaminho da água
aconchego têxtil da esperança
última palavra solta na despedida
tronco paciente de tecer a ausência
hábil sortilégio de um ninho de pardal
abelhas anunciando a eternidade do mel
peixe que soçobra depois da dança cintilante
às mãos extraordinárias do pescador sem saber
que também nós somos marionetas vivendo o logro
lutando desesperados pelo engodo e amarrados à vida
por um fio
Lisboa, 16 de Dezembro de 2012
Carlos Vieira
“Peixe Encantado” de Nary Mistry
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