terça-feira, 1 de janeiro de 2013

No rasto do teu silêncio V

 

Os dedos

emergindo no lago

nesse lençol

de onde se evaporava

o odor nocturno da tua pele,

a última palavra suada

nos poros acesos,

o céu sussurrado

na viagem dos teus lábios,

ouve-se um cavalo a galope

a invadir  a tua ausência,

ninguém sabe se partiste

ou se pudeste calar

o opróbrio

deste mundo.

 
Lisboa, 30 de Dezembro de 2012

Carlos Vieira
 
                                                Silence by donjuki

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