I
Proscrito
nunca na sua vida
lhe foi permitido entrar
no reino vegetal da palavra escrita
apenas de uma flor imaginada
se solta o perfume
de um rosto antigo
e uma ilha desconhecida
no rumo de um navio
enquanto na sua boca
uma língua morta apodrecia
enquanto os pássaros
que fizeram ninho no seu peito
lhe percorreram as artérias
e atravessaram a paisagem
de grades de ferro fundido
que ganharam raízes
dentro de si.
Lisboa, 19 de Janeiro de 2013
Carlos Vieira
“Pomba da Paz” de Pablo Picasso
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