deixar o papel de pousio
e nesse claro nada
deixares que o leve um rio
exposto ao ínfimo
e mais leve
excremento de um insecto
à breve
obscuridade de um vinco
ao estigma da nódoa
à leviandade da luz
ao rumor
subliminar da marca de água
cego que leva pela mão
e pressente o frémito
no poema vazio
só ele pode chegar ao sol
e organizar o caos
reacender a festa
e naquele sangue branco
dos homens voltar a ouvir-se
o vento os pássaros e a floresta
Lisboa, 1 de Novembro de 2012
Carlos Vieira
“ Page blanche” de René Magritte
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