Falésia
ou clepsidra
do pensamento
e última muralha
ou inatingível fronteira
contra um mar de desejos
e um deslumbramento de terra
âncora que germina dentro de nós
esplendor que nos impede de navegar
se dela se vislumbram os confins da bruma
a doce obscuridade e o odor labiríntico da carne
ossos que pedem uma volúpia de aves em pleno voo
barcos e animais inquietos lavrando com a pedra da tarde
na penumbra do sangue e do tempo um rumo de silêncio e espuma
Lisboa, 12 de Novembro de 2012
Carlos Vieira
“Homem na falésia” por Caspar David Friedrich
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