segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Sonata com ramos de oliveira e espuma



- Sou um homem do campo!

Digo para mim mesmo,
enquanto o meu olhar
se acalma
abandonado
na dolência das oliveiras
que descem pela colina
da tua ausência.

A seguir
penso na veemência branca
dos teus dentes
nas azeitonas
e na turbulência
da luz do candeiro.

A minha perplexidade
é a espaços um fio de azeite
essa paixão que se espalha
e se insinua
no teu corpo inquieto
depois
há vagas de um mar encrespado
desse vai e vêm
de que recordo o sal
na nossa pele
na subtileza que dele persiste
e invade a tua alma
seminua
e inconstante
tantas e tantas vezes
de uma suave
luminosidade
ou tão admiravelmente triste.

- Tu uma mulher do mar!

Lisboa, 25 de Agosto de 2014
Carlos Vieira


Paisagem com oliveiras de Van Gogh

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