segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Marulhar



Deito-me na praia
e não sei 
se ouço

as ondas do mar
no clamor 
das vozes

se no marulhar
das vagas
escuto palavras
embargadas

dos naufrágios
e das viagens
sem retorno
sobram as gaivotas

interrompem
o silêncio
e interceptam 
o olhar

resta-nos
um vagar
de oiro
no sono
cálido de areia

um romper 
de bruma
e um torpor
de espuma

Nazaré, 11 de Agosto de 2014
Carlos Vieira



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