domingo, 17 de agosto de 2014

Em busca do poema inoxidável

Enquanto
o ferro está quente
é que se malha
se moldam o metal
de rija têmpera
e os homens
no poente
de torso arqueado
depois da forja
incandescente
da humanidade
das suas mãos
cintilam chispas
e estrelas
grades e ferraduras
espadas
que hão-de tutelar
sonhos de ferreiros
e metalúrgicos
arestas vivas
lâminas doces
pingos de solda
e limalhas
palavras inúteis
que se soltam
escorrem de um poema
que se quis perene
inoxidável
para os homens
divina oração.

Lisboa, 17 de Agosto de 2014
Carlos Vieira


Pintura de Vulcano forjando os raios de Zeus

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