A beleza espontânea de um coice
que faz levitar
qualquer valente
que acende estrelas repentinas
confesso-vos que admiro
essa força do quadrúpede
esse gesto irracional
zurzindo a imbecil vaidade...
no menosprezo daqueles
que cheios de si
em si mesmo já esqueceram
que vive um precário animal
o coice tem qualquer coisa
de poético e de elementar
e quando a alimária desfere
o golpe inesperado
é como o tolo embevecido
no seu mundo
descobrisse que pode existir
ao seu lado
uma força planetária
que dorme contida
desconhecida
uma besta
um último grito
de revolta
desesperado.
Lisboa, 1 de Setembro de 2013
Carlos Vieira
domingo, 1 de setembro de 2013
Ode ao coice
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário