domingo, 1 de setembro de 2013

Ode ao coice



  1. A beleza espontânea de um coice
    que faz levitar
    qualquer valente
    que acende estrelas repentinas
    confesso-vos que admiro
    essa força do quadrúpede
    esse gesto irracional
    zurzindo a imbecil vaidade...
    no menosprezo daqueles
    que cheios de si
    em si mesmo já esqueceram
    que vive um precário animal
    o coice tem qualquer coisa
    de poético e de elementar
    e quando a alimária desfere
    o golpe inesperado
    é como o tolo embevecido
    no seu mundo
    descobrisse que pode existir
    ao seu lado
    uma força planetária
    que dorme contida
    desconhecida
    uma besta
    um último grito
    de revolta
    desesperado.

    Lisboa, 1 de Setembro de 2013
    Carlos Vieira

Sem comentários:

Enviar um comentário