Reza a notícia vinda da marítima cidade de Trabzon, na Turquia que Volcan Sen, médio do Trabzonspor, se “desfez em lágrimas” no meio do relvado, quando a sua própria claque invetivaram e gozaram nos seus cânticos a sua mãe, recentemente morta.
De imediato consolado por companheiros e adversários, o jogador foi impotente para conter o pranto perante a multidão e abandonou o “terreno de jogo” aos 43 minutos. Foi um homem só no balneário que acalmou a emoção que o havia acometido.
Posteriormente, o presidente do seu clube, provável defensor de que cada partida de futebol deve ser a “mãe de todas batalhas”, designou de falta de profissionalismo aquele comportamento, considerou a sua atitude digna de uma criança e ali sentenciou que o jogador não tinha futuro no clube.
Um homem não chora, quanto fará os futebolistas, deuses do Olimpo da nossa contemporânea mitologia.
O futebolista deve engolir em seco, quando a sua mãe morta é blasfemada naquela arena dos novos tempos, onde tudo pode valer para a multidão ululante.
A bola continuou a rolar no “tapete verde”, um pouco mal tratada rezam as crónicas. O árbitro deu uns minutos de desconto face aquele incidente nas margens do Mar Negro, onde um Volcan em ebulição derramou as suas lágrimas.
Talvez no próximo jogo entre em campo o homem novo, seco, enxuto, o que já não chora, o que esquece a sua mãe e o que vai “comer a relva”, aquele a cujo nome, a mesma turba vai a reconhecer a glória efémera.
Lisboa, 1 de Setembro de 2013
Carlos Vieira
Cantico de adeptos poe jogador a chorar
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