Toco as palavras
escaldam
incandescentes
espadas
no meio da planície
da batalha
deslembradas
sem sombra por perto
ou pássaro
que no seu canto
delas se condoesse
palavras
que ardem na garganta
e queimam os lábios
arrancadas
na urgência do coração
pedras lascadas
para a caça
da sobrevivência
afiadas
no cume da solidão
das montanha
palavras cansadas
do diálogo vazio
antes da cinza
nunca ditas
que iluminam o silêncio
nunca caladas
pelo fogo eterno
de toda a Inquisição
penduradas no poema
feito de palavras
na injustiça da pele
marcada
e em carne viva
sem história
e sem remédio.
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