Uma após a outra
as palavras
vão sossobrando
os objectos
repousam
exaustos
sobre as mesas
e o mármore
é a hora
em que se acende
a velada nudez
dos corpos
as roupas
são arquipélagos
semeadas
pelo chão
dão testemunho
contundente
de sofreguidão
respira-se
violentamente
agora
as palavras
são pássaros cegos
a baterem na vidraça
já não valem
nada.
Lisboa, 1 de Junho de 2014
Carlos Vieira
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