quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Cancioneiro cínico ou baixo relevo para este Natal - I - O desabrigo da sombra


a noite arrefece
não há uma estrela no céu
que estremece
nem um peixe no rio
que se esquece 
na corrente
foram todos para casa 
mais cedo
tu ficaste
ninguém sabe
se a tremer de medo
se de frio
sempre ficaste 
à espera 
no escuro
de dar luz
ou que te encontrasse
um poema navio

o que não nos mata torna-nos mais fortes

Lisboa, 11 de Dezembro de 2011
Carlos Vieira


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