Solfejo
o céu e o mar
e a terra
sofreguidão
o nunca circunscrito
desejo insular
da palavra livre
gaivota ébria
que se solta
da espuma
da rebentação
e se torna
noite cintilante
e estrela cadente
fragmento
de canção
flor que irrompe
dos pulmões
da terra
ave que acende
a lágrima
no olhar
onde ressoa
de par em par
um sorriso
o abrigo de lobo
acossado
acossado
solitário coração.
Lisboa, 31 de Dezembro de 2014
Carlos Vieira
Sem comentários:
Enviar um comentário