Passou por aqui
a infinita tristeza do seu gesto
o olhar manso que se desprende
a sinfonia da respiração pausada
podia sublinhar
partículas de veneno a pairar
no ar beijado pelos seus lábios
o perfume de convocar
o desígnio dos pássaros
no eco distante da sua voz
agora tão longínqua
e a feliz contaminação
do seu pensamento
a inconfundível pegada
dos seus pés que tinham asas
no seu voo nocturno
posso esboçar a auréola
da sua ausência
ainda fresca
ainda sem rumo
sei de tudo e porque partiu
e o que aqui ficou
contar-vos-ia
mas não quero falar
depois de perder a vida
não posso dar o meu amor
“ à morte”.
Lisboa, 30 de Setembro de 2012
Carlos Vieira
“Apenas uma vida vivida para os outros é uma vida que vale a
pena”
Albert Einstein
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