passa a água sobre a ponte
e as quatro estátuas dos trabalhadores
abandonados ao verdete
da História
onde agora
aos seus pés
aos seus pés
acenam em protesto
apenas os sapos
a coaxar novas madrugadas
passa por nós o Neris
e sigo o cardume
dos nomes do extermínio
que nadam pelas esquinas
das pedras cinzentas
dos prédios
e se cruzam nas correntes
que estremecem no peito
por tantas vezes e vozes
nas duas margens
o eco da História
sitiado
Vilnius, 17 de Setembro de 2012
Carlos Vieira
Sem comentários:
Enviar um comentário