terça-feira, 4 de setembro de 2012

Ser inteiro…


 
 
ser lúcido como uma lâmina

no fogo de poesia

temperada

ser ave livre no penhasco

firme da  alegria

alcandorada

ser o cavalo de azeviche

que fulminante irrompe do caos

tornando mais humana a madrugada

e de cara lavada

e de peito aberto

ser aquele que comeu o pó da estrada

o que ficou cego na tempestade do deserto

ser a semente de quase tudo

o átomo de areia de quase nada

 

Lisboa, 4 de Setembro de 2012

Carlos Vieira

 

                                                          “dust in the wind” por Eikoweb

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