sábado, 18 de agosto de 2012

universalidade





pronto

aqui me encontro

envolto num turbilhão

de fumo branco

um pé firme na Terra

uma mão cheia de nada

ausculto o eco das letras

nas palavras ditas

sondo-lhe o encanto

na voz rouca do vulcão

no primeiro voo da escrita

quando a sós

na vertigem do céu

de um qualquer poema

ousamos o mistério e o fogo

e se desatam nós de espanto

frente à imponência do caos

que moldamos no barro

helicoidal e paciente

na curva da idade

que nos permite distinguir

o fulgor e a errância

de cada ponto

na miríade de pó suspenso

a tristeza vencida

dos rostos cintilantes de gente

que em cada estrela distante

são a semente prenhe

dos sonhos

na sua elipse de regresso

à humanidade



Porto de Mós, 18 de Agosto de 2012

Carlos Vieira

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