No fio de prumo do meio dia
beija-a na testa a maré viva
reconhece a volúpia do olhar
os secretos baixios da ria
deixa-o no doce contornar
do seu corpo farol à deriva
vai na corrente o cardume
de desejos e o voo perplexo
invade as narinas o perfume
na violência do seu amplexo
reacende-se o antigo lume
liberta-os da viscosa solidão
e ali encalhados na rebentação
inventam um lugar no mundo
onde o amor e a morte é o cume
que se reconquista a cada segundo
Ilha do Farol, 31 de Julho de 2012
Carlos Vieira
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