segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Preamar

                                                                   
                                                      ”Enseada dos Tubarões” de Jim Skea (Flickr)
          
I
Não consigo ter a mais pálida ideia
de há quanto tempo não vejo o mar.
Talvez por isso desaprenda a te embalar
porque o amor no seu  desassossego
pode perder a mão, a cor e o vento
e não vislumbrar na branca espuma
o  traiçoeiro  coral de um momento.
Mas que posso ver no mar que em ti
não veja e que por ti não fique cego.
Faz-me falta ver-te mar e ver-te duna.

Lisboa, 23 de Janeiro de 2012

Carlos Vieira

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