Olho para ti
Na penumbra
do teu olhar sereno
não sei que vislumbra.
Sei que dentro de mim,
arde de novo
o que não tem razão,
a carne viva das ideias,
num fogo brando
de palavras e gestos
contra toda a Inquisição.
Breve momento
em que invento
a voz e a coragem
à sombra sem fim
da tua imagem,
meu abrigo manso
de olhar o mundo.
Lisboa, 7 de Dezembro de 2010
Carlos Vieira
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