Perseverar
na busca da palavra
que renova o ar
e no reverso
o pássaro em voo
reconstrói
e se esmaga
na urgência do beijo
ponto de luz
que emerge na manhã
aroma que fere
na corola da noite
piano de cauda
onde um gato doméstico
insiste na tecla
do coração
e sílaba a sílaba
inventamos a vertigem
do texto
onde não fica
pedra sobre pedra
e um vocábulo
se ergue erecto
émulo
do diálogo das estrelas
linguagem
de um ângulo aberto
e mais perene
sublimando
a expressão rasa
de outro mundo
para onde convirja
a eloquência
da descoberta
de uma nova
humanidade.
Lisboa, 14 de Julho de 2014
Carlos Vieira
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