Reminiscência ou déjà-vu
Senta-se
numa dobra cega da tarde
à espera da morte
na sua torre
um sino
interrompe-lhe
a linha de água da memória
o tempo de bronze
e do medo
espantam-se
duas aves pernaltas
que pela calada
foram levando o horizonte
ouve
entre murmúrios
depois de ter morrido
o sino
que vergasta a natureza
quase morta de tédio.
Lisboa, 24 de Maio de 2013
Carlos Vieira
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