nada melhor
para fazer “boa poesia”
do que estar desempregado
e de barriga vazia
viver toldado
pela palavra necessária
de manhã acordar com o esboço
do pequeno almoço
nada melhor
que acariciar os flancos
dos versos brancos
de alma feita num farrapo
num último esforço cénico
içar
a bandeira da dignidade
e gritar
limpem-se a este guardanapo
que não tenho papel higiénico.
Lisboa, 11 de Fevereiro de 2013
Carlos Vieira
Foto de autor desconhecido
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