Podes ouvir-me
estou na terra
de ninguém
no meio do nada
o eco do teu nome
é no silêncio
uma gota de água
trazida pela brisa
que foi rumor
dos teus lábios
agora sim
posso partir
em segredo
ao escutar de volta
os teus passos
calam-se os olhos
incapazes
de suster o fulgor
da tua imagem
definitiva.
Lisboa, 16 de Fevereiro de 2013
Carlos Vieira
Imagem de “Stalker”, filme de Andrei Tarkovski
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