segunda-feira, 12 de março de 2012

II - Memória de Árvores (Eucalipto)


Sede vertical sem fim e sem sombra de pássaros
árvore que cresce por dentro da febre e do papel
e sobre as tuas mãos se escreve toda a fresca seiva
na testa lisa do teu tronco esguio arde verde a utopia  
no quarto do menino enfermo exulta o teu perfume
elevas bem alto o grito interior que precede o poema
se à tua volta  a terra é árida é para que na tua escrita
se ergam as raízes de um desmedido amor e de revolta

Lisboa, 12 de Março de 2012
Carlos Vieira

                                               “Flaming Eucalyptsus” por  Eyvind Earle

Sem comentários:

Enviar um comentário