Sede vertical sem fim e sem sombra de pássaros
árvore que cresce por dentro da febre e do papel
e sobre as tuas mãos se escreve toda a fresca seiva
na testa lisa do teu tronco esguio arde verde a utopia
no quarto do menino enfermo exulta o teu perfume
elevas bem alto o grito interior que precede o poema
se à tua volta a terra é árida é para que na tua escrita
Lisboa, 12 de Março de 2012
Carlos Vieira
“Flaming Eucalyptsus” por Eyvind Earle
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