Desde há instantes que fiquei quieto
no meio deste Inverno desconhecido
porque se ergueu dentro de mim
aquele pessegueiro
e no seu interior uma arvéola
que me saltava para o olhar
de um ninho de espanto
nesse silêncio de calda branca
que me cobria o tronco e o tempo
antes do frenesim
de pêssegos flamejantes
da memória da água
e do peso da terra
sobre o veludo da pele
já era tarde
sobre o rosa pálido
a arrefecer o corpo
onde escorria o sumo
de morder a fruta
e o pôr-do-sol
Lisboa, 9 de Março de 2012
Carlos Vieira
“Souvenir de Mauve”
Vincent Van
Gogh
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