sexta-feira, 25 de março de 2016

Madrugada derradeira



Nas árvores de fruto
do quintal
um alvoroço de citrinos,
no bico do melro
o eco das laranjas
e de um Fevereiro ácido
que escorre o perfume
dos limões
sobre os amantes
vespertinos
que trocam olhares,
inquietos,
fustigados pelos golpes
de luz inoxidável
que antecede
as tempestades
que os adivinham
ladinos.

Lisboa, 5 de Fevereiro de 2016
Carlos Vieira


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