domingo, 27 de março de 2016

Flor eterna (Dente de leão)


Lembro-me
dessa flor
sem nome
nas puras
manhãs
da infância
a tão precária
e perfeita
construção
lembro-me dela
depois do sopro
antes do caos
da efémera visão
da penugem
do seu corpo
em voo
a entrar na nuvem
mínima
flor de desalento
da esperança
breve
de quase nada
da sua queda suave
em silencioso
espanto.
Lisboa, 22 de Março de 2016
Carlos Vieira


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