Sonhas
com teus dedos
a sobrevoar
o arame farpado
harpa
dos campos
de concentração
dedilhas
um adeus
enquanto a fome
te debruça
sobre ti mesmo
a tanger
na ausência
da paz
nos claustros
desafinas
na solidão
onde és sem país
mãos lívidas
abandonadas
no regaço
do silêncio
teclas
o refúgio
efémero
e uma eterna
clausura
engalfinhado
na lua cheia
bússola
assinalando
o nada
numa noite
de insónia.
Lisboa, 5 de Fevereiro de 2015
Carlos Vieira
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