Pôr-te o sol
I
Tirei o sol
do seu pedestal
e o Céu
ficou vazio
dei-o
a um cão
rafeiro
que passava
cheirou
e pôs de lado
a partir daí
percebi
na clarividência
da instintiva
percepção
que o sol
não nasce
para todos
sobretudo
para aqueles
que não querem ver.
II
Fiz do sol
um colar
para o meu amor
e nunca mais
perdi
um pôr do sol
quantas vezes
muito cedo
pela manhã
acima
dos seus seios
sem saber-me
junto ao abismo
dos seus lábios
tu eras o sol
que se levantava.
Lisboa, 23 de Janeiro de 2014
Carlos Vieira
Sem comentários:
Enviar um comentário