terça-feira, 9 de julho de 2013

Qual o meu lugar


Há lugares assim
para os quais
uma força desconhecida
nos impele
onde não existe fim
nem céu
que nos convença
e nós ali ficamos
deitados contra à terra
e rente à pele
tão pura e serena
medra
uma exaltação
a azáfama
de uma pequena guerra
interior
de só já existir
aquela pedra que dura
e onde cintila
como um afago
uma estrela em viagem
no arco da memória 
voo que perdura
e que por três vezes
beijou
negando no lago
o reflexo
da sua imagem.

Lisboa, 9 de Julho de 2013
Carlos Vieira

Imagem by Daniel White

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