domingo, 28 de julho de 2013

Chuva de Verão



Caiem pérolas 
de espanto
solfeja o colar
sobre os ombros nus 
a contar a solidão.

No vidro da janela
escorre
um débil adeus
a flor a pulsar
na tua mão.

Oiço lá fora chove
e cá dentro 
sobem as margens 
de um rio
sem razão.

No terraço
o tamborilar da chuva
o poema
é um coração
de ritmo hábil.

Chove sobre 
o seu silêncio aflito
que dorme
dentro da fome 
de gente ao relento.

Foi o seu regresso 
inesperado
os cabelos molhados
no teu olhar um dia
são quatro estações.

Lisboa, 28 de Julho de 2013
Carlos Vieira


Imagem de autor desconhecido


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