sábado, 20 de julho de 2013

Poema para o futuro presente



Submerge
a esperança
a verdade absoluta
de pés descalços
de regresso
às casas de palafita
vou recuperando
do passado
a oxidada ilusão
do reencontro
em puro
silício e bronze
moldo no presente
a precária ponte
a tenda do instante
primordial
forjando essa textura
ancestral
que arrefece
no murmúrio do vento
e o cego testemunho
das estrelas
vou esculpindo
humano o rumo
preso por arames
enfrento
pretextos de pântano
e uma narrativa
emergente
onde não existe futuro.

Lisboa, 20 de Julho de 2013

Carlos Vieira

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