Reuni todo o material:
O silêncio expectante e macio
do pincel
os pigmentos da prata
e o rumor das faias
os reflexos do sol de alabastro
de uma materna ânfora
a memória fresca
nas manhãs dos domingos de Junho
depois da missa
ia sem sombra de pecado
aprender a nadar para o açude
e mergulhar a alma purificada
no rio
onde ainda meninos
espreitavamos todos os perigos
voltei-me de novo
para o cavalete
e entretanto tinham secado as tintas
enquanto me deixava
ir com as correntes
esquecendo a algazarra das cores.
Lisboa, 10 de Junho de 2013
Carlos Vieira
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