I
Penumbra
habitação efémera
de asa cintilante
ou navalha oculta.
II
Sobre a fragrância das ervas
de olhos rasos
um gamo assustado
rasga
com suas hastes a bruma.
III
Na nervura
das folhas caindo contra o sol
pode decifra-se
na linha do coração da árvore
onde corre
um animal à solta.
IV
Agora
estou definitivamente
no seio do bosque
não sei se vou regressar
nem sei o caminho
sempre fui tentado
ou me perdi
neste caos
de confundir
a árvore e a floresta
e a clareira é o poema.
Lisboa, 13 de junho de 2013
Carlos Vieira
“Life’s but a wlaking shadow” Francine Bradette
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