A sua memória
à espreita atrás da cortina
é uma folha que se desprendeu
no súbito jardim de um olhar,
uma faúlha que propaga o incêndio
à árvore onde se colhia
o fruto da distância,
o desespero de amar,
agora ficaram apenas
a tua sombra,
as tuas frias cinzas,
agora, se houver longe
nada te assinala.
Lisboa, 30 de Dezembro de 2012
Carlos Vieira