segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Poema com motor fora de borda



Aqui vou eu, marinheiro de água doce com o motor fora de borda, pela ria fora, fintando pequenas ilhas e contornando os baixios, lobrigando as bóias e apalpando estrelas no acerto dos canais e da tábua das marés.
Depois, depois é o mar sem fim, sou o mesmo eu, dando-me ares de lobo do mar, o eu que é filho da terra firme e inexpugnável. Que teve sempre este navio da viagem das palavras a lavrar dentro de mim.

Lisboa, 30 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira

Sem comentários:

Enviar um comentário