Era uma vez
um cavalo branco
a trote
as crinas de neve
das narinas
deitava
fumo branco.
Tinha
uma violência
contida
de realidade
de coice
de estrelas.
Leva
pela rédea
o horizonte
até ao futuro.
No dorso suave
da montanha
o equídeo
perde-se
de vista
e do coração.
Estende-se
a paisagem
a neve
o cavalo branco
estende-se
na neve
vai tosando
a paisagem..
Selvagem
de freios nos dentes
torna-se
o branco
discreto dono
do deserto branco
do mundo.
Cada vez se torna
mais difícil
distinguir
o animal
o homem
após a tempestade
nesta planície
tão gelada
tão deserta
de pegadas
de seres vivos
e de humanidade.
Quase consigo ouvir
a sua respiração
sob a página
o poema
a resfolgar.
Lisboa, 16 de Outubro de 2013
Carlos Vieira
Lisboa
“Cavalo branco na neve” de autor desconhecido
Tive cavalos brancos
ResponderEliminarde neblina eram feitos
comigo subiam a serra
nos verdes anos da minha infância...
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