Poema de um
lago sem nome
que nos
olhos de infância secou
o mistério daquele
lago
era redondo,
era de lodo e profundo
tinha um olhar
duro e franco
como uma batalha
naval acesa por um relâmpago
nele vivia o
empertigado e distante mundo
de um pato
marreco e branco
a memória era
aquela pedra lisa atirada
que entre
ambos passou
os gestos eram
mágicos de capa e da espada
que irónica a
todos sobrevoou
esta é a irrelevante
história em círculos de um lago
de uma pedra
e do pato
que ao
chegar à margem do poema
por ter heróis
tão pueris soçobrou.
Lisboa, 18
de Outubro de 2012
Carlos
Vieira