Deito-me na praia
e não sei
se ouço
as ondas do mar
no clamor
das vozes
se no marulhar
das vagas
escuto palavras
embargadas
dos naufrágios
e das viagens
sem retorno
sobram as gaivotas
interrompem
o silêncio
e interceptam
o olhar
resta-nos
um vagar
de oiro
no sono
cálido de areia
um romper
de bruma
e um torpor
de espuma
Nazaré, 11 de Agosto de 2014
Carlos Vieira